(2001) Matanza – Santa Madre Cassino



Capa do álbum

Encham suas canecas de cerveja e vão todos para o bar, ligue o som bem alto e se prepare para uma boa roda de pancadaria e bom humor que os cariocas do Matanza proporcionam em seu álbum de estréia, datado de 2001. Em meio a tantas bandas repetidas o Matanza surgiu pra quebrar um pouco a tradição do cenário nacional com uma ótima proposta em misturar o peso do punk rock com melodias certeiras do country, genial. A influência country ás vezes pode até passar despercebida, fazendo com que a banda foque apenas em um hardcore nervoso, porém é responsável também por grandes músicas como Ela Roubou Meu Caminhão, Mesa de Saloon e acerta em cheio em algumas passagens de um banjo, dando toque ainda mais original para a banda, que tem ponto forte as letras que são de deixar qualquer um atento as histórias e simpatizar com elas. Porém o ponto mais forte do Matanza está em seus shows, comentado por muitos (que na maioria das vezes estão tão bebados durante o show, quanto os personagens das músicas), os shows dos cariocas são uma porrada nazoreia, como diriam os tiozinhos mais conservadores. As rodas de punk misturadas com o peso das guitarras, somando o carisma do frontman Jimmy, que leva a identidade da banda nas costas, tornam os shows únicos, fazendo que seja uma experiência única para quem os assiste. Mas vamos ao álbum…

Principais destaques:

Ela roubou meu caminhão (Vídeo), Mesa de saloon, Quanto mais feio, Santa Madre Cassino

(Não deixem de ver o vídeo! Jimmy sem cabelo e clipe muito trash! Dos bons! :))

1 – Ela roubou meu caminhão (Donida) 5/5

Não havia como abrir melhor o álbum de estréia, “Ela roubou meu caminhão” é talvez a música de maior sucesso da banda e faz jus a toda a fama que ela tem. Consegue reunir todas as características boas da banda e misturar tudo em pouco mais de três minutos, onde todos simpatizam com o pobre personagem principal que ficou sem sua mulher e principalmente sem seu caminhão, o objeto de seu lamento. Música que encerra ou abre quase todos os shows da banda, já virou práticamente um hino bebum e não é pra menos, ela roubou meu caminhão é uma das melhores e mais bem humoradas músicas do território nacional.

2 – Mesa de saloon (Donida) 5/5

Aqui os cariocas conseguem manter o alto nível (e põe alto nisso), e tocam um quase hard rock alegre com influências provindas do country. A música chega até a superar a primeira faixa nos quesitos letra e arranjos. Pena que não é tão famosa quanto “Ela roubou meu caminhão”. Mesa de Saloon é uma triste e bonita história de amor de dois bandidos e que acaba em morte .

3 – Eu não bebo mais (Donida) 2/5

Após os dois clássicos, a terceira faixa decepciona um pouco. Os vocais de Jimmy estão muito forçados e gritados, apesar de ser uma boa faixa pra pancadaria o vocal não agrada nem um pouco, fazendo desejar que os longos 2! minutos passem rápido para a próxima faixa, porém a pitada de bom humor na letra pode salvar um pouco a música…

4 – E tudo vai ficar pior (Donida) 4/5

“E tudo vai ficar pior”, porém fica melhor, os vocais não estão tão forçados e aqui a influência country fica um pouco de lado no instrumental, mostrando a parte mais hardcore da banda, não volta ao alto nível do começo do álbum, porém é uma boa música.

5 – Tombstone City (Donida) 3,5/5

Rápido riff na guitarra com a banda já acompanhando o peso deixam ainda mais evidente o lado hardcore da banda, com uma letra expressando tudo o que der sobre álcool a banda tenta trazer uma atmosfera de velho oeste realmente com a letra, nada muito diferente do restante do álbum.

6 – Rio de whisky (Donida) 4/5

A intro com um banjo mostra o estilo da banda logo de cara, até começar com um riff de guitarra e a letra falando sobre bebidas e ladrões, com histórias sobre o velho oeste, mostra que a proposta da banda se mantém fiel durante o álbum inteiro. Destaque bom para o baixo que apesar de seguir em uma linha simples, é bem empolgante e audível, tornando a música uma boa passagem. Porém, não figura entre os melhores registros da banda, que consegue ter vários clássicos seguindo estes padrões, vide começo do álbum.

7 – Quanto mais feio (Donida) 5/5

“E quanto mais sujo mais ela me ama,

Mais ela me quer

E quanto mais sujo mais ela me ama,

Mais forte eu vejo o brilho nos olhos dessa mulher…”

Após a primeira vez que você ouve a música, ela irá ficar em sua cabeça durante o dia inteiro, não é uma canção muito pesada em relação a outras do álbum, dando mais ênfase ao lado country da banda, mas sem perder a identidade e sem desligar as guitarras, mesclando o banjo com os riffs de Donida. Uma música perfeita para ficar pulando durante o show e cantando junto:

“Quanto mais sujo, mais feio…!”

8 – Ye ole bluegrass assassinate (Donida, Diba) 5/5

E aqui temos um grande solo…de banjo! É um ótimo solo, um bom instrumental e deixa você atento, mostra a identidade da banda, porém, colocar esta música logo após uma grande música e bem agitada como “Quanto mais feio”, te deixa meio com uma interrogação na cabeça, e se você imaginou qualquer uma das imagens abaixo, é perfeitamente normal…

                         

9 – Santanico (Parte 1) (Donida, Jimmy) 4,5/5

O nome da música é SaNtanico mesmo, e não satânico como alguns insistem em difamar por aí na internet (o título traz um trocadalho do carilho de um “Santo Satânico[AH VÁ! ¬¬], apenas uma breve explicação para os que nasceram com certa massa encefálica, mas perderam todo raciocínio ao longo dos anos de tanta cerveja, alguns bagulhos aqui e ali, algumas aulas de filosofia ou até mesmo por ter ouvido algo do Pink Floyd), tem um riff bem lento em comparação ao resto das músicas da banda, os vocais rasgados e provávelmente álcoolizados de Jimmy e contam a história de um provável lobisomem (ou um grupo de qualquer outra coisa malígna) residente em São Miguel que causa a destruição durante a lua cheia, é uma boa música, um pouco fora do padrão do álbum porém acaba soando muito boa no contexto.

10 – Santanico (Parte 2) (Donida, Jimmy) 4,5/5

Continuação da música anterior com apenas 1:20, continuação mesmo, pois até o instrumental vai de onde parou, como se só tivessem abaixado e aumentado o volume, é bem mais agitada, fato. Mas poderia ter muito bem continuado na faixa anterior…

11 – Mais um dia por aqui (Donida) 4/5

Outra música sobre confusões por conta da bebida, segue no estilo música agitadinha com as pitadas de country com vocais rasgados, apesar de ser uma ótima música (e com uma boa passagem de baixo,diga-se de passagem), acaba não marcando por trazer as caracterísitcas do início do álbum, parecendo até mesmo uma sequência de “Mesa de Saloon” ou “Quanto Mais Feio” com “Ela Roubou meu caminhão”. Ótima música, mas é chover no molhado…

12 – Imbecil (Donida) 3/5

Faixa realmente muito curta, quase sem a influência do country(o banjo não chega nem a aparecer) e com uma letra do tipo “Puta Revolts”, apesar de ser uma boa foixa, passa despercebida por não ter nenhum especial em relação ao resto do álbum. Faixa muito boa para os famosos “bate-cabeça” durante os shows.

13 – As melhores putas do Alabama (Donida, Simone) 5/5

O bom humor reina, já pelo nome se tem uma noção. É uma faixa bem curta com pouco mais de um minuto e meio e boa exploração do banjo fazem com que a música não passe despercebida no álbum. A letra resumi muito bem a banda: Crimes, Jogatina, Mulheres e Bebida!

14 – Santa Madre Cassino (Donida) 5/5

Para encerrar, banjo e pancadria comendo soltos por aqui com uma boa dose de bom humor nas histórias de bebidas no meio de algum deserto dos Estados Unidos, Santa Madre cassino que leva o nome do álbum fecha com louvor um álbum que trouxe à tona uma das bandas mais originais do Brasil nos últimos tempos(apesar de pecar bastante aqui e ali, técnicamente) mostra que ainda pode aparecer pessoas determinadas a fazer música boa e original nos tempos de hoje, e o álbum termina com um convento que virou o Santa Madre Cassino…e acredito que sua caneca de cerveja já terminou há tempos, então, dê play mais uma vez no álbum, encha a caneca novamente e leia novamente 😉

Média do álbum: 7/10

Abaixo um vídeo ao vivo da banda do MTV apresenta, demonstrando toda a energia que traz ao palco:

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